o livro

O caseiro viu a onça


Suave desliza por entre a ramagem
A onça pintada que a caça procura
Pra escapar dela é preciso coragem
A força da onça é parada dura

O caseiro viu, o caseiro ouviu
Onça miando na beira do rio

De susto suspira a infeliz capivara
De medo se esconde no mato o bezerro
Macaco que pula de repente pára
Atiçar a onça pode ser um erro

O caseiro viu...

Corujas se calam e sábias esperam
O bote da onça, da presa o grunhido
Os cachorros latem e as vacas berram
Macuco se cala e fica escondido

O caseiro viu...

Depois que a pintada já matou a fome
Retorna o silencio pro meio do mato
O caseiro vira pro lado e dorme
As vacas já sonham com a hora do trato

O caseiro viu...

No céu já rebrilha a lua crescente
Trilhando o caminho pra perto do dia
Trazendo esperança e alegria pra gente
E a beleza da onça a mata alumia

O caseiro viu...

Grota do Junco, Março de 2006