Tava deitada na cama
Sem coragem de acordar.
Esta vida é um drama
Muito duro de encarar.
Fiquei com os olhos fechados
Pra ver se o dia não vinha,
Mas os meus sonhos danados
Continuaram a ladainha:
De dores e sofrimentos,
De queda em poço sem fim.
De choros, gemidos, lamentos,
Tomando conta de mim.
Então resolvi parar
De sonhar mesmo acordada.
Abri os olhos devagar,
Olhei e não enxerguei nada.
Grota do Junco, Janeiro de 2007