Tinha medo do que via,
Do que via tinha medo.
Caçava luzes fugidias,
Buscava rumos a esmo.
Andava onde não podia,
Comia o que não gostava.
Amava quem não existia,
Não estava onde estava.
Perdeu-se no breu da noite,
Comeu-lhe o medo, coitada.
Grota do Junco, Janeiro de 2008